Artefactos quotidianos bastantes simples. O espaço, físico e temporal. As ínfimas e infinitas correspondências que se criam entre este e o som. Trabalhos que os aproximam a ambos, Alfredo da Costa Monteiro e a Vuduvum Vandavã à condição de artesãos contemporâneos.
ALFREDO DA COSTA MONTEIRO [concerto electro acústico] | Pequenos motores caseiros, molas amplificadas de todos os tipos, feedbacks gerados por uma mesa de mistura, objetos ressonantes e outros pequenos dispositivos são usados ao vivo, sempre em diferentes configurações.
Desenvolvendo a interação entre esses elementos há mais de 20 anos, a abordagem de Costa Monteiro à electrónica ao vivo é analógica, intuitiva e directa. Cada som é o resultado de uma ação, um gesto onde objectos são colocados em ressonância numa combinatória infinita.
Cada concerto é concebido em função do espaço, como referente prioritário; ao receber o som, tem a possibilidade de o alterar, não apenas em termos acústicos, mas também psicológicos.
Nestas performances, o som é pensado mais como uma inferência do que como uma referência.
Anéis de fogo, Desaceleração, um halo de luz rodeado de escuridão, Rarefacção ou Indivisibilidade são algumas das designações que este solo tem assumido ao longo dos anos, de acordo com o espaço e o contexto onde é tocado.
VUDUVUM VADAVÃ | Nascida no Porto, Vuduvum Vadavã é Marta-metade de Von Calhau! A sua paixão reside no absurdo, no estado selvagem e primitivo da linguagem, do pré-verbal ao palíndromo e outros jogos de palavra rebuscados. Essa investigação incide sobre a relação dos contrários, que podem ser complementares ou repelentes na sua combinação. Nas artes visuais e invisuais, canto/voz, performance, circuit-bending ou como DJ experimenta o ruído e o silêncio numa deriva conduzida pelo desconhecido.